Ocorreu, na noite desta quarta-feira (20), em Lavras do Sul, a Audiência Pública organizada pela FEPAM (Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler) sobre o Projeto Fosfato Três Estradas. O empreendimento da Águia Fertilizantes que prevê extrair, beneficiar e comercializar o minério de Fosfato para produção de matéria prima voltada às indústrias de fertilizantes, de corretivo agrícola e nutrição animal foi amplamente discutido, durante cerca de cinco horas, pelos empreendedores e seus consultores e aproximadamente 1500 pessoas, de acordo com a Brigada Militar de Lavras do Sul. Entre os participantes estiveram presentes moradores das regiões próximas ao local do projeto, membros do poder público e estudiosos da questão ambiental para discutir sobre os benefícios e impactos ambientais e sociais da futura mina.
O gerente de geologia do Projeto Fosfato Três Estradas, José Fanton, iniciou os trabalhos apresentando o empreendimento que representa um novo momento na mineração de Lavras do Sul, cidade que teve sua história iniciada justamente devido ao setor. De acordo com Fanton, o Projeto Fosfato reduzirá em 80% a dependência de matéria prima hoje importada e a previsão é que a mina tenha 50 anos de operação.
A mineração proposta pela Águia Fertilizantes utilizará o método de lavra a céu aberto, desenvolvida em bancadas e o minério extraído em camadas horizontais, havendo formação gradual de degraus ou bancadas, da superfície para as regiões mais profundas da mina. A escolha deste método foi devido ao aproveitamento do minério de fosfato e as melhores práticas operacionais, já que são ambientalmente mais adequadas.
Há um movimento muito forte da mineração em todo o Rio Grande do Sul, e o Projeto Fosfato Três Estradas é um dos futuros empreendimentos minerários em curso e forma hoje parte das estratégias de desenvolvimento do Estado, fazendo parte inclusive do Plano de Mineração do RS, divulgado em dezembro de 2018.
Para os esclarecimentos das questões técnicas, relacionadas ao Estudo de Impacto Ambiental do projeto, Luiz Melges, diretor técnico da Golder Associates, empresa contratada para elaboração do EIA/RIMA, apresentou os principais pontos do estudo e as medidas necessárias para proteção e recuperação ambiental da área afetada.
De acordo com Melges, são 34 programas que compõe as recomendações para definir a viabilidade do empreendimento. “Cada programa desses nessa etapa de Estudo de Impacto Ambiental, para obtenção da Licença Prévia, são resumidos e conceituais. A etapa seguinte é detalhar cada um desses programas e colocá-los em prática, antes mesmo da Licença de Instalação. E para cada um desses impactos existem programas e planos recomendados.”
Na última etapa da Audiência Pública, a comunidade teve a oportunidade de fazer perguntas ao empreendedor e seus consultores, que responderam e explicaram os cerca de 50 inscritos.