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GENTE DE LAVRAS

Anita La-Rocca e Gujo Teixeira

De um lado, uma empreendedora que seguiu os passos da família de comerciantes e hoje é uma mulher bem resolvida e de sucesso; de outro, um compositor e poeta, conhecido em todo o Estado por suas composições que brilham nos festivais nativistas há mais de 25 anos.

Em comum o amor por Lavras, um casamento de 15 anos e duas filhas, Guilhermina (14) e Bethânia (11). Anita La-Rocca e Gujo Teixeira são o que se pode chamar de um casal de sucesso. Apesar de áreas distintas, ambos trilham um caminho reconhecido por todos os lavrenses.

Quando iniciamos nossa conversa, Anita já tratou de deixar bem claro: “eu nasci aqui em Lavras, e o Gujo morre de ciúmes que ele não”. Imediatamente o marido rebate: “não nasci, mas tenho título de cidadão lavrense, meus pais são daqui e meus quatro avós também”, tratou de esclarecer.

Anita é formada em Farmácia, cursou sua graduação em Pelotas. “Sempre soube que estava indo com data certa para voltar, me formei para trabalhar na farmácia do pai.” Preto, como é conhecido seu pai, adquiriu o estabelecimento em 1988. “Na época chamamos de Farmácia Principal. E, em 2000, a farmácia que hoje gerencio, passou a ser uma das lojas da rede Agafarma”.

 “Eu tive uma grande realização em poder ficar em Lavras depois da faculdade. Mas sempre disse para o pai que não me acomodaria. Que voltaria, mas que queria continuar podendo fazer cursos, e fazer coisas que pudessem me melhorar como pessoa e trazer crescimento para nosso negócio”.

Gujo é porto-alegrense, fez o curso de técnico agrícola na UFSM e depois Medicina Veterinária na mesma universidade. Veio para Lavras logo após se formar com o intuito de trabalhar para alguém, mas acabou trabalhando em casa. Talvez isto tenha sido ideal para que o processo criativo do poeta fosse tão intenso. Ele possui mais de 400 composições de sua autoria, e seu maior sucesso, Batendo Água, completou 20 anos em 2018. “Esse ambiente que Lavras me proporciona não existe, para mim, em lugar nenhum. A própria cidade é inspiradora e eu preciso disso para criar” comenta o artista.

Ele acredita que o município precise de incentivos na área cultural e que infelizmente tudo esbarre na questão financeira. “Vejo um enorme potencial nos lavrenses. Já fiz várias vezes e gostaria de fazer sempre, algumas oficinas de criação. Tudo o que posso fazer para ajudar eu colaboro, e muitos amigos já vieram para cá por convite meu, mas eles vivem disso, então não posso pedir que venham sempre só pelo amor à arte.”

Ele comenta sobre as gincanas realizadas todos os anos pelo Instituto Estadual de Educação Dr. Bulcão: “Olha o potencial dessa gurizada que aparece nas provas das gincanas. Teríamos que ter gente especializada trabalhando e os estimulando para que não parem, que busquem aprimoramento, mas sabemos que não é fácil”.

Prestes a realizar a 4ª edição do “Letra & Luz” ao lado do fotógrafo Eduardo Rocha, Gujo observa que todas as pessoas que conhecem Lavras se apaixonam. “Lavras oferece algumas coisas que fazem bem às pessoas que a conhecem. Nem sei dizer o que, mas essa terra é diferente”. O workshop é ministrado pelos dois amigos que unem suas experiências e integram seus conhecimentos para ensinar os participantes a verem na imagem a palavra e na letra a luz.

Eles comentam que as filhas veem a luta diária que ambos têm para melhorar e para fazer com que as coisas aconteçam aqui: “Elas são testemunhas da nossa ânsia para que tudo dê certo, para que Lavras evolua” fala Anita e Gujo completa: “é claro que as outras cidades as encantam, é natural que se interessem em lugares que tem mais atrativos do que Lavras, mas elas sabem dar valor ao lugar que “nasceram” (ambas são nascidas em Santa Maria, mas registradas aqui).”

Para o escritor, o futuro que hoje se apresenta para a cidade apesar de animador é ainda um pouco desconhecido. “A gente ainda não sabe exatamente como Lavras vai se transformar, mas conversamos muito com as gurias para elas tenham compreensão.” E Anita conclui: “A gente quer muito que as coisas aconteçam, e acredito que algumas pessoas ainda não tenham se dado conta do potencial que as cidades do interior têm. Eu fiz acontecer as coisas na minha vida, mas sempre quis muito e sempre lutei muito para que meu trabalho seja reconhecido pelo meu esforço. E o exemplo é nosso maior legado para as filhas.”

Há poucos meses Anita ganhou o Prêmio Sérgio Lamb em Farmácia Comunitária, por optar em retirar o tradicional balcão da farmácia e receber seus clientes em mesas onde podem relatar seus problemas e receber a ajuda dos atendentes. Para Gujo o diferencial da esposa é a força de vontade que tem em sempre buscar o melhor para sua clientela: “Ela quis e foi atrás, tinha uma farmácia igual às outras, mas participou de debates, de simpósios e viu que podia melhorar e melhorou”.

Eles comentam que apesar de cada um ter seu ofício existe uma troca natural do casal e Gujo brinca: “Eu me meto no trabalho dela”. Anita diz que acompanha o marido em tudo o que pode, mas que não entende muito e por isso não dá muito “pitaco”.

Além da Farmácia, Anita agora também gerencia o Café Preto Eventos e o Residencial São Miguel Arcanjo. “Eu faço questão que minhas empresas sejam da família, optei desde o começo por ter primos trabalhando comigo, e hoje a Guilhermina começou a trabalhar atendendo na farmácia. Principalmente porque quero que ela se envolva com nossos negócios, que entenda e veja o que podemos proporcionar para ela, mesmo que depois ela escolha outra área.”

Anita comenta que a filha mais velha está em uma idade de muitas mudanças, e ainda não sabe bem o que quer para o futuro. “Ela está indo muito bem na Farmácia, acredito que ela esteja aprendendo muito, mas ainda tem muito a viver”. E Gujo diz que vê em Betânia muito da criatividade própria dos artistas. “A Betânia é muito criativa, ela curte e quer aprender o violão e canta muito bem.”

O que podemos observar é que ambos têm muitas paixões em comum e que Lavras é uma delas. “A gente briga por Lavras” e Gujo completa: “Qualquer um que falar mal de Lavras é meu inimigo, eu tenho um amor inexplicável por essa terra”.

“Tudo o que temos foi Lavras que nos deu. Tanto profissionalmente quanto pessoalmente, tudo o que construímos foi aqui. Então temos uma consideração pela cidade e por esse povo que é total” finaliza Anita.

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