LAVRAS DO SUL – População atual – 7460 habitantes, Densidade Demográfica 2,9 hab/km², Taxa de analfabetismo (2010) 9,18%, PIB 2014 = R$186.905.480,00; PIB Per Capita = R$23.818,72.
Em 1992 tínhamos 9.000 habitantes, hoje temos 7.460 (2015), mas já fomos 13.000 (1950/60). Os Lavrenses abandonam sua terra na idade em que são mais produtivos, ou seja, quando estão na faixa dos 19 aos 35 anos, saem do município 28% das pessoas entre 19 e 44 anos. Abandonam a cidade em busca de melhores oportunidades de sobrevivência, 20% a mais de homens do que mulheres. A população com maior potencial produtivo abandona seu município, seus costumes, sua cultura e até mesmo sua família. É a falta de oportunidades! Uma delas é a não existência de empregos, e a outra é a falta de continuidade à escolarização.
No último censo (2010) 36,69% da população estava vulnerável a pobreza, ou seja, sobrevivia com menos de meio salário mínimo mensal, e 41,71%, não tinha o ensino fundamental e trabalhava na informalidade. Alguns índices econômicos sociais melhoraram, todos em percentuais inferiores dos municípios vizinhos e ao RS como um todo. A riqueza do município está baseada na agropecuária, e esta, cada vez menos utilizando mão de obra, devido a evolução em maquinaria e automação das mesmas, o que faz com que sejam mais eficientes e produtivas. É hora, portanto, de buscarmos novas oportunidades para invertermos esta tendência ou status quo dos indicadores do nosso município. O subsolo lavrense é riquíssimo em recursos altamente valorizados. Precisamos nos apropriar desta riqueza de forma racional e sustentável, e melhorar as condições da população atual e das gerações futuras.
A implantação da exploração da rocha fosfática, e a mineração aurífera, são boas perspectivas. A rocha fosfática, já em fase mais adiantada, deverá ser a primeira, e em sua plena operação, deverá impactar forte e positivamente a renda local. Trabalho e renda, é o que Lavras precisa urgentemente. Impacto no meio ambiente? Sim haverá, como ocorre em toda a atividade exploratória. Tecnologia para mitigar, recuperar e restabelecer existe? Sim, existe. Precisamos fazer com que isto aconteça? Sim, precisamos, sob pena de que se não o fizermos, comprometeremos o nosso futuro, mais ainda, do que o nosso presente, que já está comprometido.
(*) Renato B. Da Silva, Engenheiro Agrônomo, Coordenador da ITEC/UCS. Universidade de Caxias do Sul.